Conselho Raiano “Gestão do território e ameaças ambientais” acontecera em Vimioso

O encontro da associação transfronteiriça RIONOR sob a “Gestão do território e ameaças ambientais”, decorreu no sábado, dia 15 de junho de 2024, entre as 14h30 e as 21h00, no Auditório do Pavilhão Multiusos, em Vimioso.

Os Conselhos Raianos são uma inciativa anual da associação RIONOR (Rede Ibérica Ocidental para uma Nova Ordenação Raiana). A associação tem organizado vários conselhos sobre os grandes problemas que afectam este território, como o despovoamento, a falta de acessibilidades rodoviárias e ferroviárias, bem como sobre educação, por exemplo. O presidente faz um balanço positivo do que tem sido discutido mas assume que há muito por debater e resolver.

A iniciativa do ano 2024 é coorganizada com o Centro Ciência Viva (CCV) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), e os Municípios de Bragança e de Vimioso.

No sábado, dia 15 de junho de 2024, a RIONOR organizou em Vimioso, um novo Conselho Raiano, desta vez dedicado ao tema da “Gestão do território e ameaças ambientais”.

Este novo Conselho Raiano discutiu a gestão interconectada dos territórios transfronteiriços e encontrar as causas das calamidades comuns que nos afectam igualmente, como os incêndios. O encontro transfronteiriço também abordou a possibilidade de políticas comuns que possam combatê-las ou mitigar os seus efeitos devastadores.

“É urgente trazer gente para o Interior mas faltam políticas. Antigamente combatia-se os incêndios com o cultivo dos campos, mas essa agricultura de subsistência morreu, mas há alternativas. Esses dinheiros que se gastam com essas políticas que não funcionam, podiam ser postas na revitalização das aldeias, com algumas actividades ligadas à agricultura, mas abertas ao futuro, com também alguma iniciativa no campo das energias renováveis, turismo de natureza e nómadas digitais”.

Francisco Alves, presidente da Rionor.

O programa do Conselho Raiano 2024 compreendera duas Mesas Redondas:

MESA 1 Rumo a um novo modelo de gestão integral do território transfronteiriço: a reinvenção da aldeia e as relações com o ambiente.

  • Modera: Raquel Calvo Linacero (Maestra de Biología, Vice-Presidente da Direção da RIONOR)
  • «La gestión sostenible del territorio: desafíos y oportunidades», José Luís Rosa, (Jefe de División de Gestión Forestal Norte e Interior)
  • «Gestión de cotos de caza, de Montes de Utilidad pública, de agua, y muchas cosas más», Ana Isabel Peláez (presidente de la Junta Vecinal de Castrocontrigo, León)
  • «Perspectiva y retos para un nuevo modelo de aldea», Javier Callado Cobo (veterinário, escritor, columnista)
  • «A Importância do Território e da sua Ocupação Humana», João Ortega (Arquiteto e Professor).

MESA 2Ferramentas para a ação pública avançar em direção a um novo paradigma de assentamento. Necessidades legislativas e recursos materiais ao serviço da gestão integral do território.

  • Modera: Maria Idalina de Brito (Técnica Superior da Segurança)
  • «El sacrificio del territorio rural en beneficio de macro proyectos de energías renovables y la indefensión de sus habitantes», María Elena Alonso Villalibre y Marisa Rodríguez (concejala en el Ayuntamiento de Castrillo de la Valduerna y vecina de Tabuyo, respectivamente)
  • «Medidas Estruturais para Proteção de pessoas e bens, Programa Aldeias Seguras Pessoas Seguras», João Noel Afonso (Comandante Sub regional de Emergência e Proteção Civil das Terras de Trás os Montes)
  • «Valorização do sector primário como meio de fixação da população: o caso da Pastorícia Extensiva», Marina Castro (professora do Instituto Politécnico de Bragança e Investigadora do Centro de Investigação de Montanha).

Contou com a participação de secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias; o presidente do Município de Vimioso, Jorge Fidalgo; o presidente da Rionor, Francisco Alves; e o Alcaide de Alcañices, David Carrion, entre outras personalidades.

RIONOR, criada no dia 1 de outubro de 2016 num cabanal na raia de Rio de Onor, é uma associação transnacional ibérica, gerida por cidadãos raianos, que procura criar uma massa crítica de cidadãos para aprofundar a cooperação transfronteiriça entre as partes da raia do Duero/Douro.

O programa “Aldeias Seguras Pessoas Seguras” 

Nos últimos anos há cada vez mais incêndios, de maiores dimensões e mais difíceis de combater.

O abandono dos terrenos agrícolas e florestais, devido ao despovoamento das aldeias, é uma das grandes causas para os incêndios neste território.

Trazer gente ao Interior, para povoar as localidades e consequentemente voltar a ter os terrenos tratados, evitando os incêndios, é complicado. É preciso apostar noutras valências, como o programa “Aldeia Segura Pessoas Seguras”.

O programa nasce para fazer face à grande tragédia dos incêndios de 2017 e visa, por um lado, sensibilizar as populações e treiná-las para casos de incêndio, para se confinarem num local próprio, tem também a estratégia da protecção dos aglomerados e das faixas dos combustíveis à volta das populações. Tudo isto combinado irá proporcionar uma autodefesa das nossas populações.

Outra das apostas, hoje em dia, é enviar mais meios para os incêndios, desde a sua fase inicial. Estamos preparados para o Verão que está à porta. Temos de estar preparados para verões cada vez mais difíceis e incêndios cada vez mais difíceis e explosivos e é esta adaptação que estamos a fazer, em que projectamos muito mais meios nesta fase inicial, do que fazíamos no passado.

por Noel Afonso

(Comandante sub-regional de Emergência e Protecção Civil do Comando Sub-Regional das Terras de Trás-os-Montes)

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