Destino EF: Pauliteiros de Miranda do Douro já são património cultural imaterial

As Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro passaram a integrar o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), após a publicação em Diário da República (DR) esta segunda-feira 7 de abril.

A inscrição da manifestação Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro no Inventário Nacional destacaa importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e a sua profundidade histórica e evidente relação com outras práticas inerentes à comunidade.

Os Pauliteiros de Miranda, símbolo local incontornável 

O pedido de registo das Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro no INPCI foi apresentado pela Câmara de Miranda do Douro, que providenciou investigação associada a esta prática religiosa, abrangendo o domínio da história e a aplicação de métodos e técnicas de pesquisa em antropologia, com o objectivo de alcançar conhecimento relevante sobre os modos das suas expressões e representações culturais, recriadas anualmente pelas comunidades e indivíduos que nelas constroem formas de pertença social e de identidade colectiva.

De acordo com os investigadores, no documento de candidatura, as danças ou “lhaços” – designação em língua mirandesa que engloba a coreografia, o texto e a melodia que os dançadores executam – sucedem-se segundo uma ordem que inclui uma entrada assinalada pelo gaiteiro.

São oito as festas em que as danças rituais mirandesas dos pauliteiros marcam uma presença assinalável, nomeadamente São Brás e Santa Bárbara (Cércio), Festa dos Moços ou S. João Evangelista (Constantim), Nossa Senhora do Rosário (Palaçoulo, Póvoa e S. Martinho), Santa Bárbara (Prado Gatão), Santo Isidro Lavrador (Quinta do Cordeiro), Festa do Menino Jesus e Nossa Senhora do Rosário (Póvoa).

Nada mudará no conceito destas festividades, mas haverá um maior reconhecimento e projecção fora do concelho de Miranda do Douro, para o resto de Portugal ou para a Península Ibérica.

Helena Barril, presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

Na constituição dos grupos de Pauliteiros junta-se o gaiteiro, um tocador de caixa e um tocador de bombo. Na aldeia de Constantim, junta-se-lhes um Tamborileiro ou “Tamboriteiro”, como é designado nas terras de Miranda. As danças rituais dos pauliteiros nas referidas Festas distinguem-se de outras.

Não se consegue precisar a origem das danças dos pauliteiros ou de paulitos, podendo tratar-se de uma sobrevivência da denominada “dança de espadas”, segundo alguns, danças pírricas de origem helénica introduzidas pelos romanos na Península Ibérica.

Em Espanha, a “danza de palos” (paloteo), é dançada sobretudo em Castela e Leão. Segundo o folclorista e musicólogo espanhol Dr. Garcia Matos teria origem na dança da fertilidade. Outros autores espanhóis dizem que a dança é de origem medieval. A “danza de paloteo” é Bien de Interés Cultural (BIC) em Castela e Leão desde 2020.

IMAGEM: Câmara Municipal de Miranda do Douro.

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