O Observatório da Emigração estima que em 2022 terão saído do país 70 mil portugueses, mais cinco mil do que em 2021, continuando assim a recuperação da emigração nacional para valores próximos aos dos anos anteriores à pandemia de covid-19. Estes são dados divulgados no livro “Emigração Portuguesa 2023. Relatório Estatístico”, divulgado no dia 12 de julho.
“Emigração Portuguesa 2023” caracteriza a emigração e a população portuguesa emigrada com base num conjunto diversificado de dados e fontes nacionais e internacionais. Dados referentes a 2022 e ao período 2000-2022 (ou últimos anos disponíveis).
O Observatório da Emigração reviu ainda os valores de 2021, atualizando de 60 mil para 65 mil a estimativa desse ano. Já a recuperação verificada em 2022 só não foi total, porque a emigração para o Reino Unido diminuiu mais de 40%, no seguimento da trajetória recessiva iniciada com o processo do Brexit.
Em rigor, a emigração portuguesa é hoje superior aos níveis pré-covid na maioria dos seus destinos principais. Em 2022, o Reino Unido já não foi o principal destino da emigração portuguesa, tendo sido ultrapassado por Espanha, França e Suíça, hoje os principais destinos da emigração portuguesa, pela ordem indicada.
Neste contexto, a Espanha retomou, para já, o primeiro lugar enquanto destino, que teve no início do século até à crise financeira global de 2008. A emigração portuguesa para Espanha ainda é muito estável. As comunidades de Madrid e da Catalunha, para além da zona da Raia, são as mais apetecíveis para os emigrantes portugueses.
Em termos de stock, e de acordo com as estimativas das Nações Unidas relativas a 31 de
dezembro de 2020, Portugal é, em termos acumulados, o quarto país da União Europeia com
mais emigrantes em proporção da população residente (considerando apenas os países com
mais de um milhão de habitantes). De acordo com aquelas estimativas, o número de emigrantes
nascidos em Portugal era um pouco superior aos dois milhões, inferior ao estimado pela mesma
fonte para 2019.