Num contexto pautado pelo aumento das taxas de juro no crédito à habitação, bem como pela subida generalizada do custo de vida, o valor dos imóveis representa, cada vez mais, um papel preponderante no momento de adquirir uma habitação. Por conseguinte, são muitas as pessoas que fogem dos grandes centros urbanos, onde os preços dispararam, para sítios mais atrativos do ponto de vista financeiro. Mas sabe onde encontrar casas baratas em Portugal?
De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao terceiro trimestre de 2022, o preço das casas em território nacional aumentou 13,5%, face ao período homólogo; aumentou em todas as 25 sub-regiões NUTS III, com exceção da sub-região Viseu Dão Lafões. Assim, o preço mediano dos alojamentos familiares em Portugal fixou-se nos 1 492 euros por metro quadrado.
As três sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados são: Algarve (2 378 €/m2), Área Metropolitana de Lisboa (2 156 €/m2) e Área Metropolitana do Porto (1 660 €/m2)
Neste contexto, cada vez mais famílias procuram casas baratas em Portugal. Segundo o boletim mencionado, é no interior do país que se encontram as melhores oportunidades, com destaque para o distrito da Guarda.
Os 15 concelhos com valores por m² mais baixos em 2022
- Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda): 177 €/m²
- Sernancelhe (Viseu): 220 €/m²
- Vila Velha de Ródão (Castelo Branco): 224 €/m²
- Fornos de Algodres (Guarda): 224 €/m²
- Almeida (Guarda): 232 €/m²
- Santa Cruz da Graciosa (Açores): 248 €/m²
- Vinhais (Bragança): 250 €/m²
- Aguiar da Beira (Guarda): 253 €/m²
- Mêda (Guarda): 255 €/m²
- Pampilhosa da Serra (Coimbra): 258 €/m²
- Penamacor (Castelo Branco): 261 €/m²
- Monforte (Portalegre): 266 €/m²
- Nisa (Portalegre): 277 €/m²
- Mogadouro (Bragança): 278 €/m²
- Sabugal (Guarda): 293 €/m²
Quando comparamos estes valores com os dos municípios mais caros para comprar casa, a diferença revela-se muito expressiva. Em Lisboa, por exemplo, os imóveis apresentam um custo mediano de 3 642 euros por metro quadrado — mais de 20 vezes superior ao de Figueira de Castelo Rodrigo.
As vantagens de viver no interior de Portugal
A lista completa do território do interior está definida no Anexo da Portaria n.º 208/2017, de 13 de julho. São 165 concelhos e 73 freguesias de outros 21 municípios — a maior parte do território continental. Porém, sete em cada 10 pessoas vivem a menos de 50 km do litoral do país. No total, vivem 4.600.000 pessoas nas áreas metropolitanas portuguesas. A necessidade de reequilibrar a balança revela-se premente. Por isso, têm sido vários os esforços nesse sentido.
- Incentivos para viver no interior de Portugal
O governo de Portugal criou uma série de programas que têm como objetivo reduzir as vincadas assimetrias regionais do país. O apoio financeiro é dirigido ao tecido corporativo, por um lado, visando impulsionar a fixação das empresas nestes territórios, mas também aos agregados familiares, com uma série de benefícios dirigidos a quem vai trabalhar para o interior e a quem aí compra ou arrenda casa.
Para ficar a par de todos os incentivos para viver no interior de Portugal, pode consultar o Guia Fiscal do Interior, criado pelo governo.
- Combater o stress citadino
Não é uma novidade: nas grandes cidades os relógios andam demasiado rápido e o trânsito anda demasiado lento. Decidir viver no interior de Portugal é, assim, uma das melhores formas de fugir à agitação dos grandes centros urbanos e ganhar tempo, espaço e qualidade de vida. Além disso, viver no campo é bastante mais seguro e económico. As taxas de criminalidade são significativamente inferiores, bem como o custo de vida. Por conseguinte, o mercado habitacional apresenta, nestas áreas, preços muito convidativos. Chegam a ser três a cinco vezes mais baixos do que nas grandes cidades.
IMAGEM: Figueira de Castelo Rodrigo (Pinterest)